domingo, 31 de janeiro de 2016

Nobel abrindo o carnaval em Natal (grupo A)



Nobel abrindo o carnaval em Natal
(grupo A)

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Um texto anterior ao evento, e para o evento, já havia sido construído, sobre o uso da cultura, no combate a desinformação, e o fortalecimento da segurança pública e urbana, de uma cidade (*). Um texto inclusive citado por Lívio Oliveira, em Quinta Literária (28/01/16), dando ideia para um prosseguimento. Quintas Literárias é uma escola, que vem formando, informando e construindo; pessoas e livros. Tal como outras academias que dizem produzir conhecimento, escrevendo artigos e livros. A autodenominada academia do conhecimento.

A primeira Quinta Literária do ano (28/01/16), chegou colocando a prefeitura na avenida. O prefeito Carlos Eduardo foi apresentado como destaque da escola. A Urbana chegou com as alegorias. E o samba foi puxado por Thiago Gonzaga, o mediador preferido, pelo gestor do barracão de livros. Criando histórias e fantasias, gerando conhecimento.

O gestor do barracão estava em viagem cultural, prestigiando manifestações indígenas, no extremo norte do pais. O abre alas não compareceu. Mestre-sala e porta-bandeira deveriam estar presentes, na condição de secretário das culturas. Mas o secretario de cultura não compareceu, deveria estar desfilando em outra avenida. A comissão julgadora, onde todos estavam sentados, era formada de literatas, entre os adoradores da literatura; editores e jornalistas; leitores e escritores; professores e coronéis do conhecimento; uma nata cultural, junto de um café. “Olha a prefeitura aí gente !!!” E o resultado das notas como se sabe, é divulgado depois de a escola passar. Podendo renascer das cinzas.

O destaque, reconhecido como prefeito da cultura, na tal cidade, citou autores preferidos e livros lidos; autores presentes e livros ausentes. Afirmou frequentar livrarias em outras paragens, onde busca bagagens de conhecimentos. E apresentou uma agenda de carnaval, com um argumento histórico. Citou o carnaval como uma festa cultural tipicamente brasileira, o que nos faz recorrer a história e a literatura. Uma afirmação digna de réplica, com argumentos fundamentados, inclusive na história da igreja, e da agricultura. O céu e o chão, na formação da religião e das crenças. Mas voltemos a agenda.

Um show carnavalesco, um show no carnaval, em espaço aberto, com objetivo de agradar um povo, pode receber várias notas pela comissão julgadora. O show normalmente é composto por vocal e banda. As músicas, já são conhecidas e reconhecidas pela maioria do público presente. Não oferecendo uma nova literatura, talvez um barulho diferente. Portanto um show agrada em um momento, deixando impressões pessoais e individuais, por um tempo indeterminado, que vai de acordo com as sensações de cada um. E a falta de equipamentos urbanos voltados para a cultura, durante um ano ou durante anos, pode criar um carnaval como válvula de escape. Um porre de cultura, com direito a bebida alcoólica e fantasias.

Alguns sambas enredos foram apresentados na Nobel. Temas apresentados para pessoas esclarecidas, com um peso de qualidade intelectual. E como o evento Quinta Literária segue as regras parlamentares, a palavra ficou para quem estava na mesa, os convidados daquele dia. Com pessoas que cumprem uma agenda, estando em um lugar, e pensando no outro, com pressa e sempre atrasado. Uma agenda cheia, ou uma saída estratégica. Na era da informação, uma infinidade de toques, no aparelho na palma da mão, fora os tremeliques não percebidos. A urgência de cumprir outros compromissos.

E como não haveria tempo suficiente para esclarecimentos, réplicas e treplicas. Alguns tropeços aconteceram na avenida. Uma declaração feita por um prefeito, em um espaço oficial, com cenas filmadas e gravadas, pode ser considerada informação, dando a oportunidade aos que estavam presentes, utilizar a informação deixada naquele momento, na construção de um conhecimento. O prefeito é uma autoridade, autorizada e reconhecida pelo povo. Tem voz e voto, reconhecidos por uma posição e condição estratégica.

O prefeito a partir de seus conhecimentos e suas viagens, afirmou que não entende a condição de Natal estar de costas para o Rio Potengi. Fato que diz não se perceber com cidades europeias, como citado: Londres e Paris, cidades que estão de frente para um rio. E seguindo o argumento fundamentado, tal como Mossoró capital estadual da cultura, próxima do rio Apodi. Cidade de águas térmicas aquecidas por Lampião, apresentando uma chuva de balas sazonal.

Ora, Natal não é considerada uma cidade fluvial, mas sim, uma cidade marítima, posicionada no litoral. E uma cidade marítima dá as costas para o continente, dando as costas para Mossoró. Natal antes de ser cidade, estava ocupada pelos índios, e chegaram os portugueses. E os portugueses de além-mar, navegaram e procuraram espaços semelhantes ao porto que partiram. Precisavam de abrigos para suas caravelas, para fundear naus e desembarcar. Primeiro procuraram grandes rios, para estabelecer referencias. E encontraram grandes rios, um rio grande no Norte e um rio grande no Sul. O rio do meio foi descoberto no mês de janeiro. Natal é uma cidade de esquina, tal como são antigas capitais: Rio de Janeiro e Salvador. No período da Segunda Guerra, Natal serviu de trampolim, para os que vinham de outras terras.

O Brasil com mais de quinhentos anos não precisa mais usar outras cidades e países, como a eterna referência de crescimento e emancipação. Já tem bagagem cultural e histórica para construir um futuro. E como não bastasse copiar os outros, já estamos sendo acusados de importar vírus, carregados por um mosquito.

(*) O uso da cultura como estratégia de segurança de uma cidade







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